Ônibus sem ar-condicionado com calor de 48ºC resumem modelo esgotado em Joinville
É impressionante como a realidade de um dia pode traduzir com vários detalhes de como se chegou até aqui. Joinville registrou índice de calor de 48ºC na terça-feira (11). Nas ruas, dificilmente se vê um carro com vidros abertos, é impossível. Enquanto isso, mais da metade dos ônibus na cidade precisa trafegar desta forma. Apenas 45% dos veículos coletivos possuem ar-condicionado.
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Um serviço precário, com custo alto para o passageiro, que paga R$ 6,25 (antecipada), além dos R$ 2,1 milhões mensais que o cidadão de Joinville desembolsa para subsídio às empresas.
O resultado é mais um motivo para que os usuários fujam do sistema. Em dez anos, a cidade perdeu 1,5 milhão de passageiros em volume mensal de uso do transporte coletivo. Assim, dia após dia, as pessoas lutam “com as próprias armas” para se deslocarem. Carros, motos, bicicletas, a pé, e, cada vez mais, motonetas elétricas disputam espaço por todos os lados de um trânsito cada vez mais caótico. É menos qualidade de vida, sem falar no risco de acidentes a todo momento.
A cidade não chegou até aqui por acaso. São erros acumulados de gestão em gestão, que não priorizam o transporte coletivo. A atual administração propõe reverter esse cenário a partir da nova licitação que prevê, por exemplo, ar-condicionado em 100% dos ônibus.
No entanto, por mais que seja, sim, uma verdade, que a gestão de Adriano Silva fez o dever de casa, ao elaborar o edital, há atraso no cronograma. A licitação, pela própria previsão do governo, deveria ter sido lançada há um ano, e não foi.
Em resposta, a prefeitura afirma que o edital passa por revisão final antes de ser encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao cidadão, resta apenas torcer e esperar, enquanto enfrenta o calorão nos ônibus ou encontra alguma outra estratégia.
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