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Técnico lendário é dono do recorde que Hemerson Maria persegue no JEC

Treinador poderá terminar 2025 como quem mais comandou o clube em 50 anos de história
01/11/2024 - 16:35
Velha comandou o clube no título do Campeonato Catarinense de 1983 (Foto: Arquivo Histórico de Joinville)

Anunciado nesta semana como técnico do JEC para a próxima temporada, Hemerson Maria terá mais do que a missão de conquistar o acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro e garantir calendário nacional para 2026, ano em que o Tricolor completará 50 anos de história.

Em sua terceira passagem pelo clube, Maria já comandou a equipe em 119 jogos oficiais, entre seus dois trabalhos de 2014 a 2016. Número que só é inferior ao de um único treinador em toda a história do JEC: o técnico Velha.

Mas afinal, quem foi este lendário profissional que detém o recorde há pelo menos quatro décadas? A reportagem da CBN Joinville buscou no acervo do Arquivo Histórico do município alguns registros que comprovam a importância de Velha para a construção do JEC como uma das principais forças do futebol catarinense.

Veja relatos históricos de Velha no JEC:

Início no Rio de Janeiro

Muito antes de entrar na história do Joinville, Maurílio José de Souza, o Velha, fez carreira como jogador no Rio de Janeiro, onde nasceu em 1918. Como meia direita, atuou por Olaria, São Cristóvão, Bonsucesso e, depois, no São Paulo, pendurando as chuteiras em 1950. Depois, como treinador, passou por 12 equipes de menor expressão em várias regiões do país, até receber o primeiro convite do JEC, em 1977.

Fundado no ano anterior e já campeão estadual, o JEC não conseguiu repetir o feito em 77 e a passagem de Velha foi curta pelo clube. Passou então pelo futebol do Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas, antes de receber novo convite para voltar ao Joinville, em 1980. Naquela época, o Campeonato Catarinense começava em maio e terminava só em novembro, e o Joinville disputou incríveis 57 jogos pela competição até ser campeão. Velha, porém, não terminou a temporada, com Natanael Ferreira sendo o técnico do título.

Velha seguiu para outros trabalhos, dirigindo Figueirense e Blumenau em Santa Catarina, até receber novo convite do JEC, mas dessa vez para entrar na história do clube. Em 1983, o Tricolor tentava o sexto título catarinense consecutivo, e Velha foi apontado por uma reportagem de “A Notícia” à época por ser o grande “organizador” responsável pelo aprimoramento técnico da equipe na reta final da competição. 

Ao fim daquele ano, após 58 partidas, o JEC se tornava o primeiro hexacampeão catarinense, sendo este o primeiro e único título de Velha no Estado. O comandante escalou para a decisão diante do Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, um JEC com: Naresi; Sidney, Adilço, Léo e Jorge Silva; Palmito, Zé Augusto (João Paulo) e Nardela; João Carlos, Vágner e Ademir.

Depois do, enfim, reconhecimento em Joinville, Velha se aventurou pelo futebol boliviano, comandando o pequeno Guabirá, retornando ao JEC ainda em 1984, mas sem conseguir repetir o feito do ano anterior. O JEC seria campeão catarinense mais uma vez, mas já com Jorge Ferreira no comando.

Velha ainda trabalhou no futebol por mais oito anos, até treinar seu último clube em 1992, o Itaperuna-RJ, já aos 74 anos. Faleceu em 1998, aos 80 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um aneurisma cerebral. Segundo dados do estatístico Anderson Miranda, entre as quatro passagens pelo clube, Velha comandou o JEC em 143 jogos, ou seja, exatas 24 partidas a mais que Hemerson Maria, que agora tentará quebrar o recorde de uma lenda tricolor.

Veja fotos de Hemerson Maria no comando do JEC:

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