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Única mulher denunciada por trama golpista teria impedido eleitores de votar; veja quem é

Marília Ferreira de Alencar foi denunciada junto de outras 33 pessoas
20/02/2025 - 16:30 - Atualizada em: 20/02/2025 - 16:30
Marília é ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Foto: TV Câmara Distrital, Reprodução)

O documento apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Marília Ferreira de Alencar, junto de outras 33 pessoas — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles são denunciados pela trama golpista após a vitória do presidente Lula (PT), nas eleições de 2022. As informações são do UOL.

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Marília é ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Ela colaborou para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) impedisse eleitores do Nordeste de votar no segundo turno das eleições de 2022.

Ela pediu coleta de dados sobre os locais onde Lula (PT) havia tido votação expressiva contra o então presidente e candidato Jair Bolsonaro (PL). Isso levantou a suspeita de um servidor que percebeu o desvio de conduta de Marília.

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“Ele expressou perplexidade diante das solicitações de Marília Alencar, dado que o seu trabalho deveria se concentrar na segurança das eleições, e não na análise de resultados que poderiam orientar as ações da PRF”, afirma a PGR em trecho da denúncia.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a ex-diretora fez parte do grupo que tentou “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro na presidência. No caso de Marília, ela integrou o grupo que compartilhava informações sobre coleta de dados.

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Ela também demonstrou preocupação com cidades do Sul onde Lula teve mais votos no primeiro turno. Marília cita que em Pelotas foi “52×36 pro Lula”, além de Porto Alegre, onde havia sido “49×39 pro Lula”. A ex-diretora ainda elogiou o empenho do então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, também denunciado.

Marília teria discutido sobre as manifestações com Fernando de Sousa Oliveira dois dias antes dos atentados de 8 de janeiro. Já no dia 7, na véspera dos ataques, ela estava “plenamente ciente” das manifestações contra o resultado das eleições, segundo a PGR. Ela também falou da possibilidade de confrontos da Esplanada dos Ministérios.

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Com base nas informações, a PGR afirma que Marília agiu em prol da “ruptura institucional”, junto de Anderson Torres e Fernando de Sousa Oliveira. O órgão afirma que “Os atos omissivos não foram meramente falhas de execução, mas decisões voluntárias que impactaram diretamente a segurança e na integridade do processo democrático”.

Durante a comissão dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, em março de 2023, Marília afirmou que a inteligência não fracassou. Segundo ela, os golpistas apresentavam “ânimos exaltados, dispostos a confronto com as forças de segurança”, ocupação de prédios públicos, e que visavam a “tomada de poder”.

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Marília Alencar começou a carreira como assessora jurídica na PGR, onde ficou de agosto de 1999 a março de 2005. Ela assumiu a assessoria no gabite do subprocurador-geral da República em seguida, onde ficou até abril de 2006.

Em julho de 2007, entrou na Polícia Federal, onde chegou a ser chefe da divisão de administração da Academia Nacional de Polícia. Nesse período, foi assessora do diretor entre 2015 e 2017.

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Marília foi nomeada como diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2021. A pasta era chefiada por Anderson Torres. No cargo, ela elaborou um mapa com locais onde Lula (PT) foi bem votado no primeiro turno de 2022, afim de montar barreiras nos pontos.

Com a derrota de Bolsonaro, foi nomeada para trabalhar na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, comandada por Torres. Ela foi exonerada pelo então interventor do Distrito Federal, Ricardo Cappeli, dias depois dos ataques do 8 de janeiro.

*Sob supervisão de Raquel Vieira

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