Trabalhadores da área da saúde paralisam as atividades por atrasos salariais em São José
Durante a manhã desta quinta-feira (9), funcionários de dez postos de saúde de São José paralisaram as atividades para protestar em frente à prefeitura devido a atrasos salariais. A situação envolve a organização social Instituto Brasil Vivo (IBV), responsável pela administração dos postos, que não efetuou os pagamentos salariais no prazo estipulado. Retorno das atividades nos postos ainda será debatido pelos trabalhadores.
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Nereu Sandro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SindSaúde), destaca que “os atrasos nos salários são reincidentes”. Ele disse que, no mês anterior, os trabalhadores enfrentaram um atraso de 12 dias para receberem seus pagamentos. Em resposta, uma assembleia decidiu pela paralisação dos serviços em dez postos de saúde, de um dia, para pressionar a prefeitura e a IBV a negociarem soluções.
A instituição social alega que o atraso no pagamento dos salários se deve à falta de repasse de recursos pela prefeitura. Entretanto, a prefeitura afirma que foi apenas em dezembro, devido à transição de governo, enquanto a instituição mencionou três meses de atraso.
Por volta das 10h a prefeitura de São José aceitou dialogar com os representantes sindicais. Nereu Sandro participou de uma reunião com representantes da prefeitura e da instituição. Ele destacou a vulnerabilidade de contratos com empresas sem aporte financeiro suficiente para garantir os salários em caso de atraso nos repasses.
Em nota a prefeitura de São José diz chegou a um acordo com representantes do Instituto Viva Brasil e sindicato e a situação será normalizada ainda nesta quinta-feira. O atendimento dos dez postos administrados pela empresa não sofreu impacto pela paralisação dos funcionários terceirizados.
Problemas de estrutura e gestão
Os protestos também fazem críticas ao modelo de gestão por organizações sociais na saúde pública. Sandro aponta que essas práticas deixam os trabalhadores e a população vulneráveis. Além dos postos de saúde, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São José também enfrenta problemas semelhantes.
A empresa responsável pela UPA, o Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), atribui em nota os atrasos à demora nos repasses pela prefeitura, embora tenha usado recursos próprios para pagamentos anteriores.
Além de manter diálogo com a prefeitura de São José para regularização dos repasses, a empresa está buscando formas de contornar a situação para regularizar parte dos pagamentos pendentes. O sindicato e os trabalhadores organizam uma assembleia para deliberar sobre o retorno ao trabalho e as condições para o fim do movimento.
*Sob supervisão de Raquel Vieira
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