“Sem cobranças pelo SUS”: médico alerta para golpes em familiares para doação de órgãos
No Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado neste 27 de setembro, Santa Catarina se destaca entre os três estados com a maior taxa de doação no país: são 40,7 doações por milhão de população. Entretanto, uma situação frequente nos hospitais, que fazem parte do Sistema Estadual de Doação, é a tentativa de golpe nos familiares que aguardam para transplantes, com cobranças indevidas para a doação de órgãos.
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Em entrevista ao #CBN Floripa desta sexta-feira (27), o médico Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes, disse que observou a situação acontecer na prática em Lages, na Serra catarinense. Ele destacou que toda e qualquer cobrança relacionada aos transplantes ou doação de órgãos não deve ser paga, pois todo o processo é realizado pelo Sistema Único de Saúde, ou seja, de forma gratuita.
— Todo o processo, desde o diagnóstico de morte cefálica até o implante, é feito no âmbito do SUS, sem nenhum pagamento. Então, se qualquer família receber [oferta para pagamento], isso tem sido uma coisa bastante frequente para familiares e pacientes internados em UTI […], toda e qualquer cobrança é absolutamente indevida porque está tudo coberto pelo Sistema Único de Saúde — disse.
Andrade destacou que Santa Catarina conta com 69 hospitais doadores e sete centros de transplantes, o que facilita a logística de captação e transporte de órgãos. Eles são deslocados com equipes de transporte aéreo, tornando o processo mais rápido.
O médico também explicou que cada estado brasileiro possui uma fila de espera para transplantes, com exceção dos casos de urgência zero, em que há risco de morte. Nessas situações, os órgãos podem ser transferidos entre estados para salvar vidas.
— O órgão gerado em Santa Catarina, ele sai e vai atender outro estado, e da mesma forma acontece com a gente. Quando nós temos um paciente em fila zero de transplante hepático, o fígado é trazido de qualquer estado da região Sul para atender a nossa necessidade — destacou.
Para evitar fraudes, ele recomenda que famílias busquem informações de fontes confiáveis e denunciem qualquer tentativa de cobrança indevida.
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