SC teve quatro assassinatos de indígenas em 2023; relatório será apresentado na Univille
Nesta segunda-feira (23), o Comitê de Educação em Direitos Humanos vai lançar o Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, na Univillle. O documento traz dados de 2023 e está organizado em três capítulos principais: violência contra o patrimônio, violência contra a pessoa e omissão do poder público. O evento acontece às 19h, no Anfiteatro da Biblioteca Univille.
Conforme Marline Dassoler, missionária do Conselho Indigenista Missionário, os dados de violência contra os povos indígenas têm aumentado nos últimos anos.
— A gente vem acompanhando uma progressiva das violências, principalmente contra o patrimônio, que são invasões contra a terra indígena, conflitos relativos aos direitos territoriais e a omissão e morosidade na regularização das terras indígenas. Embora esse governo tenha sido marcado pela retomada de ações de fiscalização e da repressão às invasões em alguns territórios indígenas, a demarcação e a proteção desses territórios e assistência às comunidades permaneceram insuficientes — explica Marline.
O relatório aponta que 1.276 terras indígenas sofrem algum tipo de violência, incluindo invasões e conflitos territoriais. Em Santa Catarina, 32 terras enfrentam esse tipo de problema, destacando o caso emblemático do povo Xokleng.
Os dados de violência contra pessoas também são alarmantes, sendo registrados 208 assassinatos de indígenas no Brasil. Em Santa Catarina, ocorreram quatro assassinatos ao longo de 2023.
Para avançar na proteção dos povos indígenas, Marline destaca a necessidade de demarcação dos territórios. Isso reduziria as mortes e outras formas de violência. Além disso, é crucial que a sociedade brasileira reconheça os indígenas como parte integrante do país, com direitos garantidos e suas culturas preservadas.
Veja fotos de aldeia catarinense:
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