O Carnaval de Florianópolis mudou muito

Meus amigos do esporte, chegamos na sexta-feira (28) de carnaval. Nas antigas havia o baile municipal e o concurso de fantasias no Clube 12 de Agosto e, anteriormente, o baile da piscina no Lira Tênis Clube onde se elegia a rainha do carnaval.
A sexta-feira já tinha a banda “Mexe-Mexe” que era realmente um espetáculo. Saía de Coqueiros e vinha para o centro da cidade com figuras muito conhecidas como Celso Pamplona, jornalista social, e Marisa Ramos. Eram pessoas de televisão da época.
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A banda Mexe-Mexe era uma criação do jornalista Aldiro Simões, um manezinho da ilha – bem manezinho né – e promotor de promoções espetaculares e que já foi até coordenador do nosso carnaval. Já não está entre nós, mas deixou um legado de alegria muito importante para toda a cidade.
E aí vinha o sábado de carnaval com o concurso dos blocos na passarela. Num primeiro momento era realizado na Avenida Paulo Fontes, depois passou para a Passarela Nego Querido.
O sábado à noite era um sábado especial não só pelos blocos mas também porque no final da tarde, já no princípio da noite, havia o LIC Gay, um bloco muito famoso, que saia do Lagoa Iate Clube, com diversas pessoas notáveis da cidade, para se encontrar com o bloco do Lira, na Praça XV de Novembro.
E aí aquela festa maravilhosa do sábado. Domingo tinha o desfile das escolas de samba e na segunda-feira o desfile das grandes sociedades com carros alegóricos e de mutação. Na terça-feira a mistura dos das escolas de samba com os carros alegóricos de mutação e as grandes sociedades né. Granadeiros da Ilha, Tenentes do Diabo, Limoeiro, Trevo de Ouro, enfim, as grandes sociedades da capital que já não atuam mais no carnaval infelizmente.
Mas no meio disso tudo aí tinha o desfile muito esperado da Philarmônica Destherrense do maestro Tulo Cavalazzi e que era realmente uma atração do carnaval. Uma banda em que ninguém tocava absolutamente nada e a grande música da banda era o “Patati-Patatá”, que servia de abertura e encerramento e também não era nada de especial. Ninguém tocava nada.
A banda vinha toda de “smoking” e era atração no Brasil inteiro. Rio de Janeiro, São Paulo, todo mundo queria ver essa Philarmônica. Vinha gente da Argentina, Uruguai, de vários países aqui da América do Sul. Enfim, era um carnaval diferente, claro.
A quarta-feira de cinza terminava às nove horas da manhã com o encerramento dos bailes do Clube 12 e do Lira Tênis Clube. Se encontravam todos os foliões ali na frente da Catedral Metropolitana enquanto o padre rezava a missa das nove.
Então era um carnaval simples, inocente, sadio, gracioso, em que a gente brincava abertamente – aquelas barraquinhas da praça, aqueles sorteios de lança perfume, que na época não era proibido, era liberada depois soube a proibição – e aí o carnaval começa a mudar, enfim.
Os blocos da época da Praça XV, os bororós, que eram blocos onde as pessoas iam vestidas de pessoas indígenas e outros tantos blocos, como: “Aí Vem a Marinha, “Filhos de Netuno”, coisas do carnaval antigo de Florianópolis. Isso tudo já não se vive mais. Essa nova geração já está numa outra comemoração, numa outra situação de carnaval de Florianópolis.
Enfim. Os clubes param? Não pararam. O Figuerense deu uma folga ao seu time, mas trabalha hoje e durante o carnaval. O Avaí também trabalha. Certamente uma pequena folga, talvez no domingo (2).
No sábado já tem um jogo das quartas-de-finais. Em Brusque, às 18h30, o Brusque recebe a Chapecoense. O vencedor desse jogo vai enfrentar na semifinal o vencedor de Criciúma x Joinville, que jogam no domingo, às 19h, e jogarão já sabendo seu adversário. Na terça-feira acontece o jogo Santa Catarina x Marcílio Dias e na quarta-feira Avaí x Figueirense. Assim será o final de semana. Bom final de semana e bom carnaval a todos.