Menos de 4% dos ônibus de Florianópolis têm ar condicionado
Pouco mais de 3,5% da frota de ônibus convencionais em Florianópolis possuem ar condicionado. Usuários têm relatado desconforto e até mal-estar durante as viagens. A capital catarinense sofre com uma onda de calor e registrou sensações térmicas de 44°C nos últimos dias.
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Entre os 452 ônibus convencionais na cidade, apenas 16 têm ar condicionado. Isso representa pouco mais de 3,5% da frota de Florianópolis, que possui a passagem de ônibus mais cara do Brasil, atualmente em R$ 6,90 no dinheiro.
O contrato firmado em 2014 com o Consórcio Fênix — empresa responsável pelas frotas na cidade — não prevê ar condicionado nos ônibus convencionais. O acordo pede que apenas as linhas executivas, formadas por 73 ônibus com passagens de até R$ 18, apresentem o ambiente climatizado.
De acordo com o consórcio é necessário rever o contrato com a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) para que aconteça qualquer mudança. Por enquanto, isso não está nos planos da prefeitura. O munícipio deve pagar R$ 120 milhões ao Consórcio Fênix apenas este ano.
Veja fotos dos ônibus em Florianópolis
O que esperar da prefeitura?
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Florianópolis, Rafael Hahne, a aposta da prefeitura é em sistemas de renovação de ar, presentes em 51% da frota. Esses renovadores, reduzem a temperatura nos ônibus em até 5°C, de acordo com Hahne.
— O grande objetivo é que esses renovadores consigam fazer uma redução de temperatura em até 5°C em relação à temperatura externa e possa também fazer uma mudança daquele ar que fica dentro das cabines de ônibus. A ideia e a média que a gente tem é que até cinco vezes por hora o ar é totalmente trocado nos ônibus convencionais —, explicou o secretário.
O secretário ainda afirma que a prefeitura busca aumentar o número de ônibus climatizados, mesmo com dificuldades no processo. Foi solicitado ao governo federal um financiamento de 23 ônibus elétricos e 23 ônibus a combustão, todos com ar condicionado.
— As linhas paradoras possuem, sim, uma dificuldade operacional, que é justamente em cada ponto ter a abertura das três portas geralmente dos ônibus, além disso a troca de calor e também a quantidade de pessoas (dificultam). Talvez seja uma justificativa para a gente ter essa dificuldade operacional, muito embora seja uma tendência e o município, sim, vem cobrando, para que a gente aumente nas linhas convencionais também o uso do ar condicionado — completou o secretário.
Outras capitais no Brasil
A capital catarinense ainda está atrás de outras capitais no Brasil. São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, possuem 90% e 75% das frotas climatizadas, respectivamente.
Enquanto aguardam melhorias, os passageiros recorrem a estratégias simples. A ingestão de água e uso de leques são algumas alternativas. Eles também tentam evitar o lado do sol nos veículos, embora isso nem sempre seja possível devido à lotação dos ônibus.
— O jeito que a gente tem, a aguinha e o lequezinho para poder manter esse calor. Falaram que ia melhorar, mas até agora nada, só subiu a passagem — afirma uma usuária de ônibus da cidade.
*Com informações de Juan Todescat, da NSC TV
**Sob supervisão de Andréa da Luz
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