Mais de 70 pinguins reabilitados após encalhar são devolvidos ao mar em Florianópolis
A Associação R3 Animal, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), já fez a soltura de 74 pinguins-de-Magalhães durante a temporada de migração 2024. A soltura mais recente ocorreu na quarta (23), na Praia do Moçambique, em Florianópolis, onde 14 pinguins retornaram ao mar, rumo às suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina.
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Esses animais encalharam em praias de Santa Catarina durante a temporada de migração dos pinguins que ocorre, em geral, entre maio e outubro, e foram resgatados por diversas instituições executoras do PMP-BS. A R3 Animal, que realiza o projeto na ilha de Florianópolis, é responsável pela reabilitação, tratamento final e soltura desses animais.
A etapa de reabilitação envolve ganho de peso, hidratação, medicamentos, equilíbrio da temperatura corporal com aquecedores – uma vez que muitos são resgatados hipotérmicos – e fisioterapia na piscina para melhora do condicionamento físico. Afinal, uma jornada de milhares de quilômetros no mar os esperam.
A soltura é a etapa final de um trabalho bem-sucedido, que envolve a dedicação diversos profissionais, como técnicos e monitores de campo, veterinários, biólogos, tratadores de animais, técnico-administrativo, entre outros. “É uma satisfação participar desse momento junto com uma equipe incrível que proporcionou todo o cuidado aos animais”, relata Caroline Sisz, técnica de segurança do trabalho da Univali, instituição parceira do PMP-BS/R3 Animal.
Por serem gregários, o ideal é que a soltura seja feira em grupo de, ao menos, 10 pinguins. A primeira soltura da temporada foi realizada no dia 8 de agosto, quando 14 animais retornaram à natureza. Desde então, a R3 Animal conduziu mais três solturas.
Pinguins em praias de Florianópolis
Em Florianópolis, 2685 pinguins-de-Magalhães já foram registrados na temporada de migração 2024, dentre vivos e mortos, até 24 de outubro. Desse total, apenas 151 (5,6%) estavam vivos na hora do resgate, com sinais de afogamento e exaustão.
No outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina, seguindo corrente marítimas em busca de alimentos em águas mais quentes, quando atingem o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.
Durante a migração, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e acabem encalhando nas praias exaustos, afogados, desnutridos e hipotérmicos. Ações antrópicas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.
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