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Mais da metade dos professores da rede municipal aderem a greve em Florianópolis

Ato é uma resposta ao projeto da reforma da previdência dos servidores
13/02/2025 - 12:57 - Atualizada em: 13/02/2025 - 13:18
Paralisação afeta educação e saúde do município (Foto: Ana Cristina Machado, NSC TV)
Mais da metade dos professores da rede municipal aderem a greve em Florianópolis
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13/02/2025
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A greve dos servidores municipais de Florianópolis, iniciada na última quarta-feira (12), está afetando significativamente o funcionamento de escolas e unidades de saúde na Capital. Mais da metade dos professores já aderiram a paralisação. O ato é uma resposta ao projeto da Reforma da Previdência dos servidores, protocolada na Câmara dos Vereadores, no mesmo dia.

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De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a proposta seria um ataque contra o serviço público. Em nota, o Sintrasem afirma que a reforma é “parte do plano de destruição das nossas aposentadorias”.

Ainda, o sindicato alega que o projeto aumenta o tempo de serviço de contribuição, além de impactar a aposentadoria especial e taxar aposentados. Há também a alegação de descumprimento do acordo firmado para chamar efetivos do concurso público no magistério e na saúde.

“A greve é uma resposta firme ao prefeito que iniciou seu segundo mandato mostrando que investir no serviço público não será sua prioridade”, diz a nota.

Impactos na educação

De acordo com a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), nesta quinta-feira (13), 55,20% dos profissionais da educação municipal já aderiram à greve. Nas creches, 30,2% dos trabalhadores estão paralisados.

A orientação da prefeitura é que os pais entrem em contato com as escolas para verificar a situação específica de cada turma. Isso evita deslocamentos desnecessários e ajuda na organização familiar.

Veja como estão os serviços

EBM – Escolas

NEIM – Creches

Paralizações na saúde

Na área da saúde, a informação divulgada pela prefeitura é de que apenas 197 dos 2095 colaboradores totais aderiram à greve (9,40%). Segundo a PMF, a maior parte dos serviços segue operando sem grandes alterações.

A situação varia entre as unidades. Centros de saúde como os da Agronômica, Pantanal e Trindade seguem com atendimento normal. Já na unidade do Itacurubi, por exemplo, 57,14% dos profissionais aderiram à greve. A maioria dos profissionais das unidades do Córrego Grande (75%), do Novo Continente (73,08%), dos Ingleses (65,22%) e do Santinho (52,94%) também estão paralisados.

Reuniões estão sendo realizadas para decidir a continuidade do atendimento. A recomendação da prefeitura é que os usuários liguem para as unidades de saúde ou utilizem o serviço de teleatendimento Alô Saúde, pelo 0800 333 3233. Os pacientes que tiverem algum impacto em consultas agendadas, serão orientados sobre a remarcação.

Veja como estão os serviços

Centro

Continente

Norte

Sul

Demais serviços

Centro de Atenção Psicossocial (Caps)

Farmácia especializada – Sem adesão

Unidades de Pronto Atendimento

Samu – Sem adesão

Outros serviços, incluindo policlínicas – 1,85% de adesão

Reforma da previdência

A proposta foi enviada nesta terça-feira para avaliação da Câmara de Vereadores e aumenta a idade de aposentadoria para homens e mulheres no município, assim como a aposentadoria por tempo de contribuição.

Atualmente, a idade era de 65 anos para homens e 60 para mulheres, ambos com dez anos de contribuição. Com a proposta, a idade para homens permaneceria a mesma, mas a aposentadoria só seria possível com, no mínimo, 25 anos de contribuição. Para as mulheres, o tempo de contribuição também se altera, além de elevar a idade mínima para 62 anos.

Antes, homens podiam entrar com o processo de aposentadoria a partir de 60 anos, enquanto as mulheres podiam solicitar a partir dos 55. Agora, esse tipo de aposentadoria será unificada com a idade, se aprovada a proposta.

A nova previdência não deve aumentar taxas, mas também muda a forma de contribuição de aposentados e pensionistas. A contribuição do INSS passa a ser sobre o que ultrapassa 2 salários mínimos, ou seja, a alíquota se aplica para todos os aposentados sobre os valores acima disso.

Outras mudanças envolvem a aposentadoria de pessoas com deficiência, por exemplo. Antes, a aposentadoria era integral para doenças graves, doenças profissionais e acidente de trabalho. A partir de agora, passa a ser apenas para doenças profissionais e acidentes de trabalho.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de Florianópolis também se manifestou em nota na terça-feira. O município afirma que o projeto “busca garantir a aposentadoria dos servidores e tem o objetivo de recuperar a capacidade de manutenção do fundo previdenciário”.

De acordo com a PMF, o sistema previdenciário está com um rombo de 8 bilhões, que se acumula desde 1999. “Se continuar, a Prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos”. Leia na íntegra:

“A greve deflagrada hoje pelo SINTRASEM, por tempo indeterminado, acontece mesmo antes do início das discussões do projeto da Reforma da Previdência, enviada hoje (12) à Câmara de vereadores. O projeto busca garantir a aposentadoria dos servidores e tem o objetivo de recuperar a capacidade de manutenção do fundo previdenciário.

“O sistema previdenciário está com um rombo de 8 bilhões, que se acumula desde 1999. Ninguém quis mexer antes e a bola de neve foi aumentando. Se continuar, a Prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos. O que estamos propondo é uma adequação a algo que o Governo Federal já fez. A discussão agora é na Câmara de vereadores e o sindicato anuncia greve, penalizando também os serviços para a população”, enfatizou o Prefeito Topázio Neto“.

Confira a nota do Sintrasem

“A greve é uma resposta firme ao prefeito que iniciou seu segundo mandato mostrando que investir no serviço público não será sua prioridade.

Nossa categoria trabalha duro nas escolas, NEIMs, na saúde e na assistência social, enfrentando o sucateamento para continuar atendendo a população com qualidade.

Seguimos agora em manifestação até a sede da prefeitura para gritarmos, em unidade, que exigimos valorização e que não vamos aceitar mais este golpe!”

*Sob supervisão de Raquel Vieira

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