Líder espiritual e casamenteiro: quem é o guru preso em Florianópolis por violência sexual

O guru Uberto Gama foi preso, na última sexta-feira (11), em Florianópolis, por suspeita de violência sexual. De acordo com o Ministério Público, o homem arranjava casamento entre participantes do “clã” que liderava no Paraná, utilizando sua posição de “líder espiritual” para atrair vítimas.

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Em suas redes sociais, o guru se classifica como teólogo, filósofo, educador, jornalista e psicanalista. Ele é pós-graduado em Psicologia do Desenvolvimento, Administração e é profissional de Educação Física.

Uberto é formado em Teologia pela Faculdade Teológica Ecumênica da Bahia. Ele também cursou Filosofia pela Faculdade Entre Rios do Piauí (FAERPI), e Teologia pelo Instituo de Educação Teologica de São Paulo.

Em seu perfil do X (antigo Twitter), o guru divulgava mensagens positivas e encorajadoras aos seguidores.

Quem é o guru preso em Florianópolis por violência sexual

O guru liderava um “clã” em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Há indícios que o homem atuava dessa forma há cerca de 20 anos.

De acordo com a promotora de Justiça Tarcila Santos Teixeira, quando as vítimas questionavam suas ações, o homem recorria a apelos emocionais, como dificuldade para engravidar, filhos com problemas de saúde, conflitos conjugais, entre outras manipulações.

— Ele incutia nas vítimas a ideia de que ele as estava escolhendo isoladamente, para que ele emprestasse a elas a energia dele como líder, como ser espiritualizado, elevado, que já não tem mais apego às questões carnais, e que ele estava fazendo isso por elas — detalha a promotora.

Além disso, o homem também arranja casamentos entre os participantes do culto. Segundo a promotora, esse é um dos indicativos de dominação religiosa e pessoal do guru, que controlava as relações dos membros do “clã”.

— Os casamentos eram aprovados por ele, inclusive muitos arranjados por ele. A profissão que a pessoa ia desenvolver, o negócio que ia fazer, tudo tinha que passar por ele. Havia uma dominação religiosa, espiritual… Uma doutrinação que dominava completamente essas pessoas — afirma.

Depois que o caso veio a público, outras vítimas procuraram autoridades e relataram situações semelhantes com o guru. As investigações começaram depois que cinco vítimas procuraram o MP e denunciaram Uberto Gama.

*Sob supervisão de Raquel Vieira

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