“Era dos extremos”: coordenador do Cemaden fala sobre condição climática mundial

O aumento da temperatura global tem elevado o número de eventos climáticos extremos no mundo. Com as enxurradas em Santa Catarina e incêndios na Califórnia, a situação se torna cada vez mais alarmante. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado na terra. O calor altera o clima e deixa a população exposta à desastres naturais.
Em entrevista à CBN Joinville, o coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, enfatiza que estamos vivendo uma era de extremos.
— O desastre depende de três componentes. Um deles é a ameaça climática, os extremos de chuva que estão aumentando, extremos de temperatura, ondas de calor. E os outros dois componentes tem a ver não com o ambiente, mas com governança, planejamento urbano. Populações, por exemplo, vulneráveis entre as mulheres, crianças e idosos, que estão morando em áreas expostas, em áreas de risco. O que está acontecendo é que os extremos estão aumentando. As populações estão ficando mais expostas e mais vulneráveis. — explica Marengo.
Apesar do avanço dos modelos meteorológicos, Marengo ressalta suas limitações. Os modelos preveem ocorrência de chuvas, mas não conseguem determinar com precisão o volume, como evidenciado pelos eventos em São Paulo e Florianópolis. Para mitigar os impactos, é essencial melhorar tanto a previsão meteorológica quanto os alertas de risco de desastres.
— Tentando delimitar o aquecimento global, nós podemos reduzir a intensidade dos extremos e aumentar a possibilidade de que a população se adapte. Qualquer pessoa é vulnerável a mudanças climáticas. Estamos passando em uma era de extremos — explica.
Marengo finaliza ressaltando a importância da prevenção e planejamento, áreas em que o Brasil precisa evoluir, investindo mais em estratégias proativas do que reativas.
Veja pontos de alagamento no Estado:









Leia também
O que é a combinação de circulação marítima com baixa pressão que deixou SC debaixo d’água
Obra que abre caminho para trem de passageiros em Joinville tem R$ 5 milhões em orçamento