“Epidemia do uso de esteroides” provoca alerta aos cardiologistas
O uso indiscriminado das academias, sem qualquer acompanhamento cardiológico, além da utilização de esteroides, são algumas das causas atuais dos problemas relacionados ao coração. É o que disse o médico cardiologista Marcelo Coelho Patricio em entrevista ao #CBN Floripa desta quarta-feira (4).
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No Brasil, os esteroides só podem ser vendidos com receita médica, sem que sejam para fins estéticos e esportivos, de acordo com o Conselho Federal de Medicina. Apesar de alguns esteroides, como a testosterona, terem recomendação médica formal, como para os casos de déficit do hormônio, muitos ainda são adquiridos por meio dos mercados clandestinos, segundo Patrício, incluindo medicamentos veterinários, inseguros para uso humano.
— O que acontece é que eles são usadas em doses muito mais elevadas do que o recomendado, ou adquirindo através de farmácia, mas o pior são os usuários que usam através do mercado clandestino, comprando através de revendedores que a gente não sabe de onde vêm e que não tem nenhuma segurança de procedência — destacou.
De acordo com o médico cardiologista, os esteroides podem causar lesões diretas no músculo cardíaco, o que provoca o enfraquecimento do coração. Outra consequência é o aumento da pressão arterial e do colesterol, o que eleva o risco de doenças coronarianas e infarto.
— Isso acontece pela epidemia do uso de esteroides que vem acontecendo. A gente está vendo o uso cada vez mais indiscriminado e frequente nas academias, e esse uso sem um acompanhamento, na verdade, um uso para fins estéticos, e sem uma indicação formal,, acaba aumentando o risco — explicou.
A creatina, por outro lado, é um dos suplementos mais seguros e bem estudados disponíveis, segundo Patrício. Apesar de exigir cautela para evitar sobrecarga renal, o suplemento não representa risco significativo para a saúde do coração.
— A creatina é um suplemento que tem ótimos resultados em ganho de massa muscular, em recuperação do condicionamento físico, da fadiga muscular, e tem estudos até mostrando benefícios na prevenção de doença de Alzheimer — disse.
O médico também destacou que é possível alcançar resultados significativos no fisiculturismo sem o uso de esteroides, como nas competições de fisiculturismo natural.
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