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Como foi o passo a passo dos envolvidos no incêndio em caminhão de lixo em Florianópolis

Todos os três envolvidos identificados negaram envolvimento no crime
10/09/2024 - 09:50
Caminhão foi incendiado no dia 12 de março de 2024 (Foto: Corpo de Bombeiros Militar, Divulgação)
Caminhão foi incendiado no dia 12 de março de 2024 (Foto: Corpo de Bombeiros Militar, Divulgação)
Como foi o passo a passo dos envolvidos no incêndio em caminhão de lixo em Florianópolis
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A Polícia Civil de Santa Catarina divulgou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9), os resultados do inquérito que investigou o incêndio em um caminhão de lixo em Florianópolis, em março de 2024. No encontro, foi detalhado o passo a passo dos quatro envolvidos na ação. As informações são do repórter Zé Maia para o Boa Tarde CBN.

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O inquérito, com cerca de 850 páginas, não divulgou os nomes dos envolvidos. Além das duas pessoas flagradas na imagens no dia do incêndio, outras duas pessoas participaram do crime. Um dos identificados foi um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) que, segundo o delegado responsável pelo caso, Verdi Furlanetto, participou de forma indireta no aluguel do carro utilizado pelos dois homens encapuzados que atearam fogo no caminhão.

Segundo a Polícia Civil, o executor do delito foram da Lagoa da Conceição até a Comcap para a entrega da chave do veículo. O crime iniciou às 21h do dia 12 de março, com a saída do veículo da sede do sindicato. Com a chave, o envolvido se deslocou até próximo a sua residência, onde pegou um galão de gasolina e, possivelmente, uma arma de fogo e roupas. De acordo com o inquérito, a Polícia Civil teve dificuldades em identificar como aconteceu essa parte inicial do crime pela falta de câmeras de segurança nas proximidades.

Na sede da Comcap no bairro Itacorubi, o executor aguardou a saída do caminhão de lixo do local, que aconteceu por volta das 22h40min. Dessa forma, ele seguiu o caminhão até um local com uma menor circulação de pessoas, no Norte da Ilha e, então, praticou o delito.

Investigação

Para descobrir como o crime aconteceu, a Polícia Civil utilizou técnicas especiais de investigação. Foram utilizadas quebra de sigilo de dados telefônicos, rastreamento, cercamento virtual e análise de imagens de locais próximos ao crime e da rota feita pelo caminhão. De acordo com o inquérito, alguns suspeitos foram descartados a partir das análises de informações.

A investigação contou com mandado de busca e apreensão em residências, onde foi analisado o celular de um dos suspeitos. Com o aparelho, a Polícia Civil realizou uma análise das informações contidas. Um dos envolvidos ainda não foi identificado.

O executor identificado responderá por constrangimento ilegal, delito de incêndio, associação criminosa para a prática do delito e porte ilegal de arma de fogo.

Todos os envolvidos negaram envolvimento no crime.

O que diz o Sintrasem

Confira a nota do Sintrasem na íntegra:

“Resposta ao inquérito policial que tenta criminalizar o Sintrasem e a luta dos trabalhadores
A direção do Sintrasem foi surpreendida nesta segunda-feira (9) com a farsa orquestrada a partir do inquérito que busca apurar as circunstâncias do incêndio do caminhão de lixo da empresa terceirizada, no dia 12 de março – primeiro dia de greve unificada da PMF e Comcap.

Em entrevista coletiva hoje, às 14h, no auditório da Delegacia-Geral, a Polícia Civil de Santa Catarina apontou para o indiciamento de quatro pessoas ligadas ao sindicato.
Apesar da conclusão do inquérito, não há nada além de uma coleção de ilações e suspeitas frágeis. E, pior: com elementos que beiram o absurdo e que serão devidamente desmontados nas nossas defesas.
Por que somente agora, a menos de 30 dias do primeiro turno das eleições, é apresentado o relatório sobre o fato ocorrido há seis meses?
Para o Sintrasem, trata-se de um objetivo claro de interferir no processo eleitoral, tentando criminalizar trabalhadores que lutam no sindicato contra a política de terceirizações e os desmandos de governos.

A direção do Sintrasem colaborou com as investigações desde o início. Foram entregues à polícia registros de câmeras e aparelhos celulares.

Como não temos nenhum vínculo com o fato, nada foi encontrado – e nem será – que pudesse criminalizar nossa entidade.

Todos conhecem os métodos de luta que usamos há mais de 35 anos: mobilizações de rua e greves na defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e de um serviço público de qualidade para população e contra qualquer tipo de coação ou assédio a qualquer trabalhador, inclusive terceirizados.
Enfrentaremos mais esta batalha com a firmeza e a tranquilidade que sempre fizemos – pois não cometemos crime algum”.

Veja o vídeo do incêndio

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