Campanha do Setembro Amarelo quebra tabus sobre depressão e saúde mental em SC
Temas como o suicídio, por muito tempo, foram vistos como tabus na sociedade. Com a campanha do Setembro Amarelo, esses assuntos vêm sendo cada vez mais discutidos. É o que disse a psiquiatra Fabiani Borgoni, que faz parte da Associação Catarinense de Psiquiatria, em entrevista ao #CBN Floripa desta sexta-feira (20). A psiquiatra falou sobre a necessidade de acolhimento às pessoas com transtornos mentais.
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A campanha, iniciada em 2013, permite que o assunto seja mais acessível ao público, com informações sobre como pedir e oferecer ajuda. Borgoni destacou que alguns pontos de alerta que as pessoas devem ficar atentas em relação a amigos e familiares próximos Ela contou que cerca de 90% das pessoas que cometem suicídio apresentaram sinais de depressão, como mudanças de comportamento e irritabilidade.
— Quando a ideação suicida já começa a se formar, essa pessoa começa a dar sinais um pouco mais claros, por exemplo, frases do tipo, “não tenho mais vontade de viver”, “eu queria dormir e não acordar mais”, tem pessoas que elaboram cartas de despedida, ou que deixam frases em suas redes sociais. […] O momento de a gente agir é um pouco antes de chegar nesse ponto — explicou.
A ajuda pode acontecer de diversas maneiras, sem o uso de frases clichês e desvalorizando o sofrimento da pessoa. A psiquiatra destaca que o principal é ouvir a pessoa que está passando por um momento difícil “por mais que para quem está ouvindo às vezes não tenha sentido”, disse.
— Para ela, internamente, é o que ela está sentindo, ela não gostaria de estar pensando em tirar a própria vida, ninguém racionalmente tem vontade de não viver, a não ser que a vida esteja muito sofrida e que ela esteja achando a vida muito pesada, então aceitar esse discurso da pessoa que está deprimida ou que está pensando em suicídio, e aí fazer algo com isso, não ficar com essa informação, levar para a família ser acolhedora, e aí sim, levar para um psicólogo, para profissionais que estão relacionados à saúde mental — apontou.
O Sistema Único de Saúde (SUS) faz atendimentos gratuitos na área de cuidado mental. A psiquiatra explicou que, em casos em que o risco de morte é identificado, o paciente é encaminhado aos Centros de Atenção Psicossocial. Em Florianópolis, o Caps 24 horas, no Multihospital, no Sul da Ilha, é uma opção que atende de forma ininterrupta.
A emergência do Instituto de Psiquiatria também atende por 24h. Quando não risco de suicídio, o acompanhamento pode ser feito pela Unidade Básica de Saúde.
— O médico de família vai fazer a avaliação e vai encaminhar para o psiquiatra. Dependendo da necessidade, esse acesso ao psiquiatra vai ser mais rápido ou mais demorado — destacou.
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