Bruxas e vampiros: as histórias de quem convive com as lendas de Itaguaçu em Florianópolis
A Praia de Itaguaçu, localizada na parte continental de Florianópolis, esconde em suas belezas uma história um tanto inusitada e assustadora. No meio da Baía Sul, pedras em formatos que lembram humanos – ou melhor: bruxas, chamam a atenção de quem passa pelo local, mas quem mora ou possui comércios na região já está acostumado com o ar misterioso da Praia. Neste 31 de outubro, comemorado Dia das Bruxas, vamos contar a história dos vizinhos das bruxas de Itaguaçu.
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Reza a lenda que, antigamente, várias bruxas viviam no bairro, que possui pouco mais de dois mil moradores, segundo dados do IBGE. Em determinado momento, elas decidiram fazer uma festa, e entre os convidados estavam todos os tipos de criaturas possíveis: lobisomens, vampiros e mulas-sem-cabeça. O erro delas, segundo a lenda, foi não ter convidado o chamado “coisa ruim” pelo fedor de enxofre que ele possuía. Para puni-las pela desobediência, ele as petrificou.
O artista Jone César Araújo conta que nada sobre a lenda é real, e que a história foi criada por Franklin Cascaes, “inspirado nas histórias verdadeiras que povoam o imaginário fantástico da Ilha de Santa Catarina e seu litoral”. A explicação para as pedras, na verdade, são as erosões ocorridas durante os milênios, segundo Jone.
Conhecer a história é quase um item obrigatório para quem trabalha à beira mar. É o caso de Seu Reinaldo Santos, o Móca, dono do Restaurante do Móca. Aos 71 anos, ele conta que conhece pouco da lenda, mas o essencial.
São 24 anos com o restaurante no local. Móca percebe que a movimentação é pela orla e pelo comércio é muito mais de pessoas da região da Grande Florianópolis, tanto no inverno quanto na alta temporada.
— Eu vejo que as pessoas se interessam pela lenda. Até o pessoal daqui já não conhece aqui, que é um cantinho fechado. O pessoal quase não conhece muito aqui. Não acho a lenda macabra, não — conta.
Para quem passa por ali, é impossível não parar e olhar as pedras. O casal Jonathan (36) e Daniela Machado (35) tomam uma cerveja de frente para a praia, admirando a vista.
— Antigamente cada pedra dessa era uma bruxa encostadinha ali, uma bruxa que, através de seus feitiços e do local aí, ficou eternizada aqui na nossa região. A história é bacana, não sei muito os detalhes, mas é mais ou menos nesse caminho. É um lugar muito bonito — conta Jonathan, natural de São José.
Daniela, por outro lado, não conhecia nada na lenda, mesmo morando na cidade desde os três anos de idade. Mesmo assim, para eles, o apelido “Ilha da Magia” faz jus às belezas de Florianópolis, não se limitando a apenas “o pedacinho de terra perdido no mar”, mas a todo o município.
— Podia ser diversos outros apelidos, mas Ilha da Magia cai muito bem, soa muito bem — destacou Jonathan.
Veja fotos da Praia de Itaguaçu
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