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Economia de energia com horário de verão seria de menos de 1%, diz professor da FURB

Padrão de consumo de energia mudou no Brasil, com pico no horário da tarde
19/09/2024 - 14:13
Diminuição da energia elétrica utilizada à noite é compensada no início da manhã (Foto: Cristiano Estrela/NSC Total)
Diminuição da energia elétrica utilizada à noite é compensada no início da manhã (Foto: Cristiano Estrela/NSC Total)
Economia de energia com horário de verão seria de menos de 1%, diz professor da FURB
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19/09/2024
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As discussões no governo federal sobre a retomada do horário de verão no Brasil continuam, principalmente pelas secas que vêm ocorrendo no país. O professor Romeu Hausmann, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), participou do #CBN Floripa desta quinta-feira (19) para explicar aspectos técnicos e os impactos dessa possível mudança no consumo de energia elétrica.

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Um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) citado pelo professor mostra que, em um período de consumo com e sem horário de verão, não há diferença no pior horário de consumo. À noite, a economia de energia pode ocorrer por causa de uma diminuição do consumo com o sistema de iluminação. Ou seja, menos lâmpadas são acesas por causa da maior incidência de luz solar. Porém, Hausmann lembra que, em um ciclo de 24 horas, a economia total de energia é muito pequena, inferior a 1%.

— Se você analisar ao longo de todo o dia, essa redução que ocorre à noite, ela é compensada no horário da manhã, porque temos um aumento do consumo de energia pela manhã, porque vai amanhecer mais cedo, ou seja, eu vou acordar mais cedo, a luz solar ainda não está presente, e vai se fazer o uso dessa energia elétrica no período da manhã — destacou.

Hausmann reforçou que o sistema elétrico brasileiro não possui capacidade de armazenamento e, dessa forma, toda a energia consumida deve ser imediatamente produzida, com “o sistema elétrico brasileiro precisando ser capaz de suprir a energia no momento em que ela está sendo consumida”. O perfil de consumo de energia elétrica no perfil mudou ao longo dos anos, com o maior consumo sendo, atualmente, no período da tarde, segundo o professor da FURB.

— Há alguns anos, o maior consumo de energia elétrica ocorria no período noturno. E aí sim havia uma justificativa bem mais forte para o horário de inverno. Só que isso foi mudando ao longo do tempo porque a economia cresceu, as pessoas com poder de compra maior compraram mais equipamentos, especialmente equipamentos de ar condicionado, por conta do calor — disse.

Hausmann também falou sobre a necessidade de se investir em energia limpa e em sistemas de energia fotovoltaica. A energia solar a longo prazo, segundo ele, representaria uma economia maior do que o horário de verão.

— Hoje, a energia fotovoltaica já representa mais do que 15% da matriz energética brasileira. É um número muito expressivo. Só que ela funciona enquanto a sol, e a característica de geração, obedece ao formato de um sino, ou seja, há uma geração maior no horário ali próximo em que gira em torno do meio-dia e ela vai reduzindo no formato de sino, tanto no começo da manhã quanto ao entardecer — disse.

No entanto, para que esse tipo de energia contribua ainda mais, o modelo de produção de energia precisaria mudar, defendeu Hausmann.

— O modelo do Brasil é de compensação tarifária. Ou seja, você instala um sistema solar fotovoltaico e ele injeta essa energia na rede elétrica. Essa energia é contabilizada e depois você retira a energia num outro horário e você faz a dedução do que você consumiu da rede pública e o que você entregou para ela — explicou.

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