Pneumologista explica influência da fumaça das queimadas na saúde
A “gangorra” no tempo em Santa Catarina, com aumento repentino de temperatura, vem causando preocupações na área da saúde. A inalação de fumaça vinda das queimadas em todo o Brasil também chama a atenção, principalmente em crianças, idosos e pessoas que já possuem doenças respiratórias. O médico pneumologista Roger Pirath Rodrigues participou do #CBN Floripa desta segunda-feira (9).
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Segundo o médico, o ambiente repleto de fumaças, especificamente das queimadas que estão acontecendo pelo Brasil, piora o quadro respiratório de quem já possui condições específicas, como asma e bronquites crônicas. Entretanto, a inalação desse ar causa prejuízos em quem também não tem doenças respiratórias, principalmente por causa da presença de monóxido de carbono.
— As pessoas que mais sofrem esses efeitos são as crianças e os idosos. Especificamente nessa população, os estudos mostram que os efeitos são mais piorados — destaca
Rodrigues também alerta para que as pessoas evitem atividades físicas nos dias em que as fumaças estiverem em alta quantidade, como nas últimas semanas, especialmente no litoral catarinense.
— Principalmente as corridas, onde você tem a tendência de inalar mais essas partículas respiratórias. Isso já foi comprovado por inúmeros estudos, e isso pode aumentar o número de doenças respiratórias e até cardiovasculares, e vai até reduzir o efeito benéfico que você teria pela atividade física — disse.
Efeitos da amplitude térmica
A amplitude térmica, ou seja, a diferença entre a temperatura mínima e a máxima em um único dia, também pode causar problemas na saúde. Segundo o médico pneumologista, são dois tipos de situações que podem acontecer nesses casos. Algumas pessoas são mais suscetíveis às trocas de temperatura, com doenças alérgicas ou vasomotoras, enquanto outras que já possuem doenças respiratórias crônicas também sofrem com a paralisação da limpeza do sistema respiratório.
— A gente tem no nosso sistema respiratório pequenos cílios microscópicos que fazem a limpeza. Eles trabalham sempre tentando drenar todas as partículas que a gente inala, que não são adequadas. Eles fazem como se fosse uma limpeza do nosso sistema respiratório e, com essas trocas de temperatura, eles paralisam. Então, isso faz com que a gente possa ter mais doenças respiratórias virais, bacterianas e tudo mais — explicou.
A principal dica do médico, tanto para a inalação de fumaça quanto para as trocas de temperatura, é manter a hidratação em dia. Usar roupas de acordo com o clima também é essencial para evitar maiores prejuízos à saúde.
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