Bolsonaro ficou em “luto profundo” após eleições, afirma Cid

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, revelou à Polícia Federal, em delação premiada no ano passado, que Bolsonaro ficou em “luto profundo” após perder as eleições presidenciais de 2022. As informações são Metrópoles.
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Segundo Cid, o ex-presidente e grupo que estava ao seu lado tinham certeza que Bolsonaro sairia vencedor na corrida presidencial contra Lula (PT). O ex-ajudante de ordens afirma que até a imunidade do ex-presidente abaixou.
“A partir daí ele (Bolsonaro) entrou num luto, não vou dizer depressão, mas um luto muito profundo. Tanto que a imunidade dele abaixou, pegou uma erisipela [doença de pele]. Ele ficou muito mal. Nesse período todo, ele praticamente acabou com as agendas oficiais”, afirmou.
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Três grupos teriam se formado após a derrota nas eleições, de acordo com Cid. Eles tinham diferentes linhas “editoriais” e aconselhavam Bolsonaro. São eles: conservador, moderado e radical.
O grupo conservador pedia para que o ex-presidente assumisse a posição de opositor ao governo Lula. Ele era composto pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), Bruno Bianc, ex-advogado-geral da União, Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, e Brigadeiro Batista Júnior, comandante da Aeronáutica. O objetivo do grupo era de não o governo Lula “destruir o país”.
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O grupo moderado era contra qualquer ideia de um possível golpe. Ele era formado, em sua maioria, por generais da ativa, que acreditavam que estava havendo “abuso jurídico de prisões” e discordavam de como era conduzida a relação entre as instituições. Dentro do grupo, havia um sub-grupo que defendia a saída de Bolsonaro do país.
“Havia um outro grupo de moderados que entendia que o ex-presidente deveria sair do país. ‘É sai daqui, vai descansar, passa os meses fora no Estados Unidos, refresca a cabeça, lá o senhor está cheio de apoiador, aí depois o senhor volta’”, explicou.
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O grupo radical tinha duas linhas de atuação. Ele era formado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o então comandante da Marinha Almir Garnier Santos. Uma vertente buscava fraudes nas urnas eletrônicas, a outra visava um golpe de estado.
*Sob supervisão de Raquel Vieira
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