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Estudo aponta Florianópolis como terceira pior capital para trabalhar usando transporte público

Estudo relaciona número de domicílios e de trabalhos alcançados dentro de 45 minutos de deslocamento por transporte público
15/01/2025 - 15:35
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Pesquisa foi divulgada pelo Instituto Cidades Responsivas (Foto: Lucas Amorelli, DC)

Em um estudo que analisou o deslocamento para o trabalho por meio do transporte público em oito capitais brasileiras, Florianópolis aparece como a terceira pior. A pesquisa divulgada pelo Instituto Cidades Responsivas, por meio do Indicador de Mobilidade Urbana, mostra a quantidade de empregos alcançados em até 45 minutos divididos pelo número de domicílios alcançados nesse mesmo tempo. As informações são do NSC Total.

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O objetivo do estudo é analisar o sistema operante de mobilidade das cidades, usando como base a eficiência com que os domicílios se conectam às oportunidades de trabalho, no mesmo município e nas cidades próximas.

Oito capitais brasileiras foram analisadas, incluindo Florianópolis. Os dados mostrados no levantamento indicam que as cidades com maiores valores possuem um sistema de mobilidade melhor que consegue conectar as residências a mais oportunidades de trabalho em relação à demanda local por empregos.

— O Indicador de Mobilidade Urbana mede a eficiência com que os domicílios de uma cidade são conectados às oportunidades de emprego existentes. Ele é calculado por meio da relação entre a quantidade de vínculos de trabalho e de domicílios que podem ser alcançados em até 45 minutos. Essa relação indica a concorrência por empregos: quanto maior o valor do indicador, maior o número de oportunidades às quais as pessoas têm acesso de forma rápida — explica Guilherme Dalcin, mestre em planejamento urbano e cientista de dados do Instituto Cidades Responsivas.

Uma parte do estudo explica que “cidades com maiores valores do indicador são aquelas cujo sistema de mobilidade conecta cada residência a mais oportunidades de trabalho”.

Isso significa que caso uma cidade atingisse o indicador “1”, o melhor possível, o número de residências seria igual ao número de vagas de trabalho formais alcançadas em até 45 minutos.

Resultado do estudo

Em Florianópolis, o número, entre empregos e domicílios alcançados em deslocamentos por transporte público em até 45 minutos, é de 0,19. A cidade ficou em sexto lugar no ranking de oito capitais analisadas (quanto menor o número, pior a mobilidade).

Em um mapa disponibilizado no site Instituto Cidades Responsivas, os menores valores estão concentrados no Sul da Ilha. Também em destaque negativo estão a região da Costa da Lagoa e trechos da Praia do Moçambique.

Belo Horizonte foi a líder, com o melhor indicador entre as capitais analisadas.

Confira o ranking completo:

A análise calcula os tempos de deslocamento entre 6h30 e 8h em dias úteis com base nas plataformas Mapbox, para automóveis, e Google, para o transporte público. Ela possui relação com a pesquisa Acesso a Oportunidades, realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), porém com diferentes bases de dados. O estudo utiliza dados do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos, do IBGE, e do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho.

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Florianópolis em nota afirma que a revisão do Plano Diretor aborda a geração de empregos no bairro, e que a capital conta com particularidades por se tratar de uma ilha.

“A pesquisa em questão mostra que Florianópolis tem o sexto melhor indicador entre as oito capitais analisadas. A Prefeitura de Florianópolis explica que revisou recentemente o Plano Diretor da Cidade, que busca, entre outras coisas, criar centralidades que estimulem a geração de empregos nos bairros, eliminando, em parte, a necessidade de deslocamento até o centro. Destaca também que, diferente das outras capitais analisadas, Florianópolis tem particularidades territoriais, por se tratar de uma ilha. O transporte público têm integração de até três horas e o terminal central da cidade concentra transportes de outras cidades da região metropolitana também.”

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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