Por que Florianópolis é chamada de Ilha da Magia
Florianópolis, a capital de Santa Catarina, carrega em suas belezas naturais diversas histórias de causar arrepios. Bruxas, lobisomens, o famoso protetor das florestas boitatá, e até sereias. Todos eles fazem Florianópolis levar o apelido Ilha da Magia. São diversas lendas que, segundo o governo do Estado, surgiram com os colonizadores açorianos entre 1748 e 1756, quando mais de seis mil açorianos desembarcaram na ilha. As histórias foram sendo recontadas durantes os anos, de diferentes formas.
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Em qualquer site de buscas, Ilha da Magia virou um codinome para o município de Florianópolis, junto do apelido carinhoso de Floripa. A ilha compõe a maioria do território da cidade, com 54 km de comprimento e 463m² de extensão total. Os pontos turísticos mais procurados por turistas são as 42 praias. Em todo o município, 576.361 pessoas vivem no local, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024.
A atriz e contadora histórias, Andréa Rihl Gomes, destaca que existem muitos livros que reuniram os contos que fazem Florianópolis levar a fama de “mágica”, mas que Franklin Cascaes, pesquisador e antropólogo brasileiro, foi o principal responsável por resgatar as histórias e contá-las em diversas obras.
— O Franklin Cascaes conseguiu reunir dois livros fantásticos da ilha de Santa Catarina, algumas histórias sobre bruxas. Mas, na realidade, existe não só a questão das bruxas, mas dos outros seres místicos — disse Rihl.
Quem conseguiu reunir essas outras lendas foram Bebel Orofino e Gelci José Coelho, com o livro Lendas da Ilha de Santa Catarina.
A magia da lenda das Bruxas de Itaguaçu
Uma dessas histórias contadas por Cascaes e reunidas por Orofino e Coelho foi a das bruxas da Praia de Itaguaçu. Reza a lenda que, antigamente, várias bruxas viviam no bairro, que possui pouco mais de dois mil moradores, segundo dados do IBGE.
Em determinado momento, as bruxas decidiram fazer uma festa, e entre os convidados estavam todos os tipos de criaturas possíveis: lobisomens, vampiros e mulas-sem-cabeça. O erro delas, segundo a lenda, foi não ter convidado o chamado “coisa ruim” pelo fedor de enxofre que ele possuía. Para puni-las pela desobediência, ele as petrificou.
Segundo documentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), algumas lendas também falavam que bruxas também roubavam barcos de pescadores.
A lenda do amor proibido da Lagoa do Peri e da Lagoa da Conceição
A Lagoa do Peri, que levou recentemente o selo internacional de qualidade pela nona vez, também leva uma lenda em seu nome. De acordo com informações da UFSC, além das belezas naturais, a lenda do amor proibido também atrai curiosos.
O filho de um cacique chamado Peri se apaixonou por uma bruxa da ilha, a Conceição. Mesmo com os dois lados proibindo o romance, o indígena e a bruxa resolveram continuar com o namoro.
No entanto, as bruxas logo descobriram e lançaram uma maldição em Peri. Reza a lenda, então, que o indígena virou uma lagoa de água doce, conhecida hoje como Lagoa do Peri. Conceição, desolada pela perda de seu amor, chorou rios, ou melhor, lagoas. As lágrimas se transformaram na chamada Lagoa da Conceição, de água salgada.
As luzes do Norte da Ilha
Outra lenda diz respeito a uma luz vermelha e brilhantes que somente pescadores da Ponta da Bota, na Cachoeira do Bom Jesus, podiam ver. A luz, segundo a lenda, na verdade é o espírito de um pescador que se afogou na região.
Dizem por aí que um homem que vigiava o farol também desapareceu ao ver a luz.
Veja fotos das praias do Norte da Ilha
O lobisomem de Ratones
A história do lobisomem de Ratones é conhecida por quase todos que moram no bairro. Segunda a lenda, relembrada pela UFSC, um homem, amaldiçoado por bruxas, se transformava nas noites de lua cheia e atacava os moradores.
O homem metade lobo, metade homem, causava pavor na população do Norte da Ilha.
Ilha de Anhatomirim
Os fantasmas e assombrações são as principais figuras das lendas da ilha de Anhatomirim, na baía norte da ilha de Santa Catarina. Hoje, a ilha, que tem um significado peculiar em seu nome – pequena ilha do Diabo – faz parte do município de Governador Celso Ramos.
A lenda diz que os fantasmas eram das pessoas que foram fuziladas após a Revolução Federalista, em 1895.