“Motivá-la para o tratamento”: psiquiatra fala sobre abordagem à população de rua
Está em trâmite na Câmara de Vereadores o projeto elaborado pelo governo sobre a Política Municipal para a População em Situação de Rua. Entre os temas da projeto está a proposta de regulamentação da internação involuntária.
Alessandra Diehl, psiquiatra e membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), destaca a complexidade do assunto e a necessidade de abordagens integradas e humanizadas.
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Prefeitura de Joinville envia projeto de internação involuntária à Câmara; quais são as regras
— 90% da população de rua no Brasil enfrenta problemas psiquiátricos e cerca de 30% têm questões relacionadas ao uso de álcool e outras drogas — diz.
A psiquiatra ressalta que, apesar da existência de políticas, elas ainda não são efetivamente aplicadas. Ela enfatiza a importância de ações intersetoriais, que integrem segurança, saúde e assistência social.
Alessandra menciona o modelo “Housing First”, que prioriza a moradia como ponto de partida para o tratamento. Ela alerta que a internação involuntária deve ser criteriosa, focando em casos de risco à própria pessoa ou a terceiros.
— Não se pode adotar uma abordagem higienista, que apenas retira as pessoas das ruas sem oferecer soluções sustentáveis e de longo prazo. Então, assim, as melhores práticas vão na ótica da redução de danos, ou seja, eu vou olhar aqui, agora, a necessidade dessa população, buscando motivá-la para o tratamento. — avalia.
Com experiência na “Cracolândia” em São Paulo, Alessandra aponta que, apesar de intervenções, muitas não são articuladas, o que limita sua eficácia. Alessandra defende que o sucesso das políticas públicas depende do apoio e compreensão da população.
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